Embora nunca tenham sido encontrados vestígios da Igreja primitiva, segundo os manuscritos do Padre Agostinho de Azevedo (velharias, 1936), esta deve ter sido localizada no sítio da atual e construída por volta de 1569 tendo sofrido posteriores remodelações, em diferentes alturas. Condizente com esta data, a igreja apresenta um estilo arquitetónico próprio do início do Barroco, que se caracteriza pelo ritmo das linhas curvas e contracurvas, criando um sentido decorativo muito próprio.
Como se pode ver numa pintura de Leonel Pereira, inicialmente a fachada da igreja teria estado revestida de azulejos, o que acentuava a estética decorativa deste estilo arquitetónico.
No interior da Igreja, já um pouco descaracterizado pelas remodelações sofridas, vemos uma planta de três naves, sendo a da direita de construção mais recente, devido a uma ampliação posterior.
Os nichos são de arco redondo assentes em pilastras caneladas e revestidos interiormente de azulejos característicos do séc. XVI, enquanto o resto da igreja está revestida com azulejos mais tardios.
A balaustrada do coro alto, elegante e bela, é também consistente com os finais do séc. XVI, assim como a pia batismal octogonal que se encontra na sacristia.
Toda a zona da capela-mor e seu altar foram adulteradas pelas remodelações sofridas. É de salientar, na capela-mor, o belíssimo teto em caixotões, mandado executar pelo benemérito Comendador Fernando Lagoa de acordo com o estilo artístico do séc. XVII.
Apenas nas memórias perduram as raras e valiosas pinturas no teto, a talha dourada, a tela do altar-mor e os quadros a óleo que outrora faziam parte da decoração desta igreja.
Desde o século VII que as igrejas começam a eleger os seus padroeiros, sendo escolhidos, em primeiro lugar, as figuras do Divino Salvador e da Virgem Maria seguidas dos Santos Mártires.
O Orago que dá o nome à Igreja e é o patrono da comunidade modivense é o Divino Salvador.
A festa religiosa do padroeiro ocorre todos os anos no primeiro domingo de Agosto.
