
Modivas que integra o concelho de Vila do Conde desde 1836, tendo anteriormente pertencido ao concelho da Maia, dista cerca de 8 km, a sul, da sede do concelho. Tem uma área de cerca de 4,1 km2 e com uma população de cerca de 2100 habitantes, a que corresponde uma densidade populacional de 512,2 hab/km2.
O documento mais antigo que se conhece, referente a esta freguesia, data do ano de 1033 e designa-a por “Mola de Olibus”. A mudança do topónimo Mola de Olibus ou Mola Olivarum para Modoivas, primeira forma da grafia atual, ter-se-á dado no século XIV, aquando da obrigatoriedade de um só escrita nacional decretada por D. Dinis. Segundo o historiador Alberto Sampaio, o atual topónimo tem origem nos moinhos de azeite que terão existido na região dadas as suas condições técnicas naturais, nomeadamente a existência do rio Onda.

O Onda, que nasce na “Poça do Inferno” em Guilhabreu e desagua nas praias de Labruge e Angeiras, num percurso de 11,8 km de extensão, foi conhecido em tempos pelas boas pescarias e, nas freguesias mais a poente, pela intensa atividade moageira. Dos cinco moinhos outrora existentes na freguesia subsistem apenas restos de dois deles e a lembrança dos demais.
Zona agrícola por excelência, Modivas é pontuada com várias casas de lavoura cuja propriedade tradicionalmente passava de geração em geração por descendentes familiares, num sistema complexo de dotes, doações e sucessões conhecido por morgadio.
São muitos os cantos e recantos dignos de visita em Modivas. Desde o enquadramento paisagístico do rio Onda, aos espaços recentemente requalificados para lazer e prática de exercício físico, passando pela riqueza patrimonial de achados pré-históricos ou de edificações de construção mais recente.


















Muitos destes espaços estão imortalizados nas pinturas naif do pintor modivense Leonel Pereira.
Nascido em 1952, desde 1983 que se dedica à pintura a óleo retratando nos seus trabalhos memórias do seu tempo de menino.







Património
A nível de património merece destaque a Igreja Matriz, o Cruzeiro e as Alminhas Grandes.
Podemos encontrar nesta freguesia patrimónios naturais como o Parque das Merendas no rio da pedreira.
Monumentos

Igreja do Divino Salvador
Mais
Arqueologia
Vestígios Paleolíticos
Ao fazer escavações para regularizar o leito da Ribeira da Lage, em Modivas de Baixo, num troço que atravessa a propriedade de Joaquim de Azevedo Lemos, este encontrou um conjunto de exemplares de seixos paleolíticos.
O achado é composto por dois unifaces, um volumoso e tosco e outro pequeno de trabalho esmerado, e uma chumbeira os três do período languedocense, e um biface do acheulense e foi publicado, em 1964, por um dos mais prestigiados arqueólogos portugueses, Manuel Afonso do Paço (1895-1968).




Fonte: PAÇO, Afonso do; PINTO, Elísero, Subsídios para uma Carta Arqueológica do Concelho de Vila do Conde. I Estação Paleolítica de Modivas. Revista de Guimarães, 74 (1-2) Jan.- Jun. 1964, p. 143-148.
No mesmo local, nos campos contíguos à casa de Joaquim de Azevedo Lemos, apareceu uma inscrição funerária com referência aos Deuses Manes Sagrados de importante relevância histórica.
Na mitologia romana os manes eram as almas dos entes falecidos. Os túmulos incluem frequentemente as letras D.M., abreviatura de dis manibus ou “dedicado aos deuses manes”.
O seu culto incluía a oferta de vinho, mel e leite e eram honrados numa festa religiosa – a Parentália.
Parques e Jardins






Artesanato
Tecelagem/Malhas e Crochet

Gastronomia
Pão doce
O Pão Doce ou Rosca de Folar de Páscoa assenta tradicionalmente nas relações padrinho/afilhado e nas consequências socio-religiosas que daí advêm.
Mais tarde o seu consumo foi estendido às alturas de Natal e festas de família, alturas em que era confecionado nos fornos a lenha das casas agrícolas.
Atualmente é um doce muito apreciado em qualquer altura do ano e a sua confeção passou necessariamente a incorporar alguma maquinaria.
Os ingredientes base do Pão Doce são a manteiga, a canela, a farinha e o fermento, que misturados na ordem e proporções acertadas resultam numa iguaria ímpar.

