“Nuvens”

Aristófanes escreveu a peça as Grandes Dionísias, festas em honra de Dionísio, deus do teatro, que incluíam uma espécie de concurso de obras dramáticas. Nessa altura ficou em 3º lugar e daí advém a parábase da peça, escrita à posteriori e dita pela personagem de Corifeu, onde critica a falta de sentido de humor e o mau gosto dos jurados.

A peça critica a escola Sofista, que o comediógrafo confunde com Sócrates, por ser o filósofo mais conhecido da época, e pretende mostrar que as propostas pedagógicas dessa nova educação são nocivas para a sociedade. Os sofistas são vistos como ateus e o comediógrafo aponta-os como imorais e sem ética, já que a sua retórica tinha dois argumentos, o Justo e o Injusto, sendo que o argumento Injusto é vencedor no confronto dos dois. Além disso, ele critica o facto destes educadores serem remunerados, o que para ele não passa de um estelionato, e a predileção dos sofistas pela retórica. Outra critica encontrada na peça, é feita a uma nova elite ateniense, personificada por Fidípides, o filho, esbanjadora e avessa a valores tradicionais, como o trabalho, que se faz presente na figura de Estrepsíades, o pai.