
As origens da povoação de Vila do Conde são anteriores à fundação da própria república portuguesa, em outubro de 1910. O primeiro documento escrito, uma carta de venda de bens, com referência a Villa Comite, data de 953.
As origens ancestrais desta cidade costeira desenvolvem-se desde o Castro de S. João Baptista, local onde, em 1318, D. Afonso Sanches e D. Teresa Martins fundaram o Mosteiro de Santa Clara, monumento que é um dos ex-libris de Vila do Conde.
Durante o século XVI Vila do conde atingiu o seu apogeu comercial e marítimo com a construção naval, fortemente ligada aos Descobrimentos, cuja tradição se mantêm até aos dias de hoje, e com o seu porto e alfândega, constituindo um entreposto comercial de relevo na história dos quinhentos.
A passagem de D. Manuel I por Vila do Conde, numa peregrinação a Santiago de Compostela, em 1502, seria um acontecimento largamente marcante para a então Vila, uma vez que deu o impulso que faltava para a construção da Igreja Matriz, a Praça e Paços do Concelho e a abertura de novas artérias na malha urbana.
Atualmente, Vila do Conde tem a dinâmica de uma cidade direcionada para o futuro e, exemplo disso, são a requalificação da zona envolvente ao Mosteiro de Santa Clara, a intervenção na zona do Cais da Alfândega, com a construção de um ancoradouro de barcos de recreio, a construção e musealização de uma réplica de uma nau quinhentista, entre outros, bem como na frente urbana marítima, que procurou reestruturar este espaço urbano com vista ao usufruto das condições naturais que a proximidade do mar permite.









A nível arquitetónico, Vila do Conde oferece um vasto leque de monumentos a visitar, como Mosteiro de Santa Clara, a Capela do Socorro, a Igreja Matriz, o Forte de S. João Baptista, a Ermida da Senhora da Guia, cuja construção aponta para o século X e XI, o aqueduto, casas solarengas, citando apenas alguns exemplos.

Vila do Conde é uma freguesia portuguesa do concelho de Vila do Conde, com 6,78km2 de área, 28.636 habitantes e densidade populacional de 4223,6 hab/km2. Estão ligados a esta cidade numerosas figuras relevantes da história portuguesa, como Afonso Sanches, Manuel Sá, Gaspar Manuel e Frei João de Vila do Conde.
Cidade do distrito do Porto, é sede de concelho composto por 21 freguesias e 7 uniões de freguesias – Árvore, Aveleda, Azurara, Fajozes, Gião, Guilhabreu, Junqueira, Labruge, Macieira, Mindelo, Modivas, Vila Chã, Vila do Conde e Vilar do Pinheiro, União de Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada, União de Freguesias de Fornelo e Vairão, União de Freguesias de Malta e Canidelo, União de Freguesias de Retorta e Tougues, União de Freguesias de Rio Mau e Arcos, União de Freguesias de Vilar e Mosteiró, que reúnem entre si uma série de características que fazem de Vila do Conde uma terra singular.
Os 18 km de praias conjugam-se com a ruralidade das freguesias mais a interior, sendo visíveis legados da pré-história, como o Castro de S. Paio, ou a Cividade de Bagunte, exemplares de arquitetura do românico, como a Igreja de Rio Mau, as casas e solares rurais e brasonados ou a tradição monástica de Junqueira, Azurara ou Vairão.
Como anfitriã de uma das mais prestigiadas feiras de artesanato, também esta é uma característica marcante em Vila do Conde.
Desde a tradição das mantas de trapos, as camisolas de lã, os trabalhos em ferro forjado, a escolha é vasta, com particular relevo para as rendas de bilros, de tradição secular. Na gastronomia destaque para a doçaria conventual, que a sabedoria das freiras das casas conventuais legou.
É nos meses de Verão que aqui decorrem eventos de prestígio, como o Festival Internacional de Curtas Metragens, a Feira Nacional de Artesanato, a Feira da Gastronomia, as Memórias no Centro da Festa, a Feira das Atividades Agrícolas e as Festas a S. João, padroeiro de Vila do Conde. De 4 em 4 anos, as Festas do Corpo de Deus ganham um significado particular, já que as ruas são decoradas com tapetes de flores cheios de cor e beleza.
Vila do Conde tem uma relação de longa data com os Caminhos de Santiago. Se o Caminho Central está ligado às primeiras peregrinações e manteve-se, até aos dias de hoje, como a principal rota de peregrinação em território português, o Caminho da Costa ganhou vida a partir do início da Idade Moderna, fruto do crescimento e consolidação dos polos urbanos próximos do Oceano Atlântico.
Falar dos Caminhos de Santiago no território de Vila do Conde é aparentemente simples, pela forte tradição de peregrinação que existe desde a Idade Média no Concelho.

Isso mesmo atestam as pontes medievais, a paróquia cujo orago é Santiago, os mosteiros com tradição de peregrinação e até peregrinações reais – a de D. Manuel I e a de Filipe II de Portugal.
Os arquivos da Misericórdia de Vila do Conde referem a presença de peregrinos e o mesmo fazem os tombos do Mosteiro de S. Simão da Junqueira.
Pelo concelho de Vila do Conde cruzam dois itinerários de peregrinação para Santiago. Ambos têm histórias distintas, cenários paisagísticos diversos e filiações cronológicas diferentes.




Património
Monumentos

Igreja do Convento de Santa Clara e Túmulos dos Fundadores
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Igreja Matriz de Vila do Conde
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Capela de Nossa Senhora da Guia
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Capela de Nossa Senhora do Socorro
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Arqueologia
Museus

Alfândega Régia – Museu de Construção Naval
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Parques e Jardins

Jardim da Alameda dos Descobrimentos
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Artesanato
Gastronomia




Em Vila do Conde, a gastronomia reflete a sua situação geográfica em relação ao mar e à rica região agrícola. É particularmente apreciada a “petinga à moda das Caxinas” e toda a variedade de peixes e mariscos, o cabrito assado, pratos de saborosa carne e o fresco e natural leite das casas agrícolas concelhias.
Os doces conventuais são uma tradição secular em Vila do Conde. Os Conventos e Mosteiros foram, desde cedo, os grandes impulsionadores destas tradições, e Vila do Conde é disso exemplo, com os Mosteiros de Santa Clara ou Vairão. O Convento de Santa Clara, onde a arte de doçaria atingiu o maior esmero e perfeição, foi uma verdadeira escola. Entre diversas especialidades, destacam-se os doces de ovos.
A rosca de pão doce ou rosca de folar de Páscoa é, também, um doce tradicional de Vila do Conde, tradição que ainda hoje se encontra enraizada nas freguesias de Labruge, Mindelo, Modivas, Vila Chã e Vilar.